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Definición y significado de Sardenha

Definición

definición de Sardenha (Wikipedia)

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Frases

Diccionario analógico

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Wikipedia

Sardenha

                   
Região Autônoma da Sardenha
Regione Autonoma della Sardegna
Regione Autònoma de Sardigna
Bandeira da Sardenha
Bandeira
ItalySardinia.png
Língua oficial italiano
Capital Cagliari
Presidente Ugo Cappellacci (PdL),
desde fev-2009
Províncias Cagliari
Nuoro
Oristano
Sassari
Municípios 377
Área 24 090 km²
 - Ranked 3º (8 %)
População (2009)[1]
 - Total
 - Ranked
 - Densidade

1 671 937
11º (2,9 %)
69,4/km²
  Mapa da Sardenha.

A Sardenha (em italiano Sardegna; em sardo Sardigna; em catalão Sardenya) é uma ilha do Mar Mediterrâneo ocidental e uma região autônoma da Itália meridional, com uma área de 24 090 km², 1,65 milhão de habitantes e cuja capital é Cagliari.

Situada a oeste da Península Itálica, sul da Córsega e norte de Tunísia, administrativamente é, desde 28 de fevereiro de 1948 uma região autônoma com estatuto especial; juntamente com Vêneto, é uma das duas regiões cujo status na região descrevem os habitantes locais com a expressão "popolo" (pessoas), expressão destituído de qualquer significado jurídico ou o reconhecimento legal das diferenças com outros cidadãos italianos.

Índice

  Geografia

  Altimetria da Sardenha.

A Sardenha situa-se no centro do Mediterrâneo ocidental, a meio caminho entre as penínsulas Itálica e Ibérica, a sul da Córsega e do estreito de Bonifacio, a norte do canal da Sardenha e da Tunísia, a oeste da Itália continental e Mar Tirreno, a leste das Ilhas Baleares (Espanha) e do Mar da Sardenha.

Com mais de 24 000 km² de superfície e uma extensa linha costeira (1 849 km), durante muito tempo foi considerada a maior ilha do Mediterrâneo, quando na realidade é a segunda em área, atrás da Sicília.

A maior parte da costa é alta e rochosa, com troços longos e relativamente direitos, com muitos cabos imponentes , algumas baías largas e profundas, existindo numerosas ilhotas e ilhas menores.

O território é predominantemente constituído por montanhas e colinas com altitudes geralmente entre os 300 e os 1 000 m. O maior maciço montanhoso, o Gennargentu, encontra-se na parte centro-oriental da ilha e tem o seu ponto mais alto, a Punta La Marmora (1 834 m). Outras montanhas importantes são o Monte Limbara (1 362 m), no nordeste, o Monte Rasu (1 259 m), no maciço de Marghine e Goceano (norte), o Monte Albo (1 057 m), no maciço de Sette Fratelli (sudeste), e no sudoeste, o Monte Linas (1 236 m) e os Montes Sulcis.[2]

As áreas montanhosas e planaltos estão separados por extensos vales aluviais e planícies, sendo as mais importantes as de Nurra, a noroeste, e de Campidano, a mais extensa, no sudoeste, entre Oristano e Cagliari.[2]

  Monte Gennargentu.
  Lago artificial de Coghinas.

Os principais rios são o Tirso, com 151 km, o Flumendosa, com 127 km, e o Coghinas, com 115 km. Existem pelo menos 54 barragens que são usadas para irrigação agrícola e produção de eletricidade. As mais importantes são a de Omodeo e de Coghinas. O único lago natural de água doce é o de Baratz, no noroeste, perto de Alghero. Existem várias lagoas de água salgada pouco profundas ao longo da linha costeira.[2]

As ilhas mais importantes são: Asinara, San Pietro, Sant'Antioco e as do arquipélago de Maddalena.

  Geologia

A geologia sarda é muito interessante, já que as rochas que aí se encontram são das mais antigas da Europa e as mais antigas de Itália. Essa antiguidade explica a não existência de grandes altitudes na ilha, devido à prolongada erosão. A base rochosa da Sardenha meridional data do Pré-Cambriano, mais precisamente à era Paleoproterozoica do éon Proterozoico, facto que está na origem do grande número de explorações mineiras nessa região. No nordeste da ilha encontram-se rochas sedimentares do mesmo período, que demonstram que essa zona esteve submersa. Esses sedimentos permitiram a criação de rochas carboníferas que atualmente são exploradas nas minas de carvão. Também se encontram rochas mais recentes, do éon Fanerozoico, como as rochas vulcânicas presentes em grande quantidade na região ocidental e meridional da ilha.[1]

As formações montanhosas são constituídas principalmente por granito, xisto, basalto (chamado localmente jars ou gollei), arenito e calcário dolomita (chamado localmente toneri).[2]

No passado, tanto a Sardenha como a Córsega estavam ligadas ao continente europeu (placa euroasiática), fazendo parte da cadeia pirenaico-provençal. Por efeito da deriva continental, ambas as ilhas se separaram do continente no período oligocénico, há cerca de 30 milhões de anos.

Contrariamente à Itália continental e a Sicília, a Sardenha não é propensa a sismos.[2]

  Clima

  Mapa físico da Sardenha.

O clima é mediterrânico, com temperaturas geralmente suaves, até mesmo no inverno, com primaveras e outonos quentes, verões que podem ser muito quentes, chegando mesmo aos 45°C, o que é propício à ocorrência dos incêndios frequentes. Em contrapartida, as temperaturas mais baixas nunca são inferiores a 0°C. O vento dominante é o mistral, que sopra de noroeste durante praticamente todo o ano, principalmente no inverno e primavera, por vezes com bastante intensidade, o que faz as delícias dos amantes da vela. Sendo geralmente frio e seco, tem um efeito refrescante.

A temperatura média anual na costa é de 18°C, variando entre os 14 e os 20°C na generalidade da ilha. Ao contrário da vizinha Córsega, a chuva é escassa (entre 400 e 500 mm anuais, repartidos por uma média de 40 dias de chuva) e as secas são frequentes.[1] A média anual de dias de sol é de aproximadamente 300, concentrando-se a chuva predominantemente no outono e inverno, com chuvas intensas na primavera.[2]

No centro da ilha o clima tende a ser mais rigoroso, chegando a ocorrer neve no inverno. No sul, a seca pode durar vários meses, à semelhança do norte de África (a Tunísia encontra-se a aproximadamente 200 km).[1]


Dados climatológicos para Cagliari
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Temperatura máxima média (°C) 14 15 16 18 22 27 30 30 27 23 18 15 21,2
Temperatura mínima média (°C) 6 6 7 9 12 16 19 19 17 14 10 7 11,8
Precipitação (mm) 46 57 44 37 24 9 3 9 31 56 56 55 427
Fonte:

  Demografia

Quadro e gráfico de demografia de 1861 a 2009
Ano População Variação %
1861 609 000 - -
1871 636 000 +24 000 + 4,4%
1881 680 000 +44 000 + 6,7%
1901 796 000 +116 000 + 8,2%
1911 868 000 +72 000 + 8,5%
1921 885 000 +17 000 + 1,9%
1931 984 000 +9 9000 + 11,3%
1936 1 034 000 +50 000 + 10,1%
1951 1 276 000 +242 000 + 13,6%
1961 1 419 000 +143 000 + 10,1%
1971 1 474 000 +55 000 + 3,8%
1981 1 594 000 +120 000 + 7,9%
1991 1 648 000 +54 000 + 3,3%
2001 1 632 000 -16 000 - 1,0%
2009 1 672 000 -40 000 + 2,5%

Milhares de habitantes

Pirâmide etária 2005
% Homens Idade Mulheres %
0,02
 
100+
 
0,01
0,15
 
95-99
 
0,07
0,6
 
90-94
 
0,31
1,15
 
85-89
 
0,6
2,5
 
80-84
 
1,52
3,37
 
75-79
 
2,41
4,04
 
70-74
 
3,28
4,41
 
65-69
 
3,86
4,89
 
60-64
 
4,49
5,25
 
55-59
 
5,17
5,66
 
50-54
 
5,61
6,03
 
45-49
 
5,96
6,66
 
40-44
 
6,56
6,76
 
35-39
 
6,81
6,67
 
30-34
 
6,87
6,02
 
25-29
 
6,26
5,06
 
20-24
 
5,36
4,38
 
15-19
 
4,62
3,9
 
10-14
 
4,12
3,3
 
5-9
 
3,6
3,24
 
0-4
 
3,45

Com uma densidade populacional e 69 hab/km², pouco mais do que 30% da média nacional italiana, Sardenha é a quarta região menos populada de Itália. A distribuição da população era anómala comparada com as outras regiões de Itália junto ao mar, pois ao contrário da tendência geral, as zonas costeiras eram menos densamente povoadas que o interior. As razões históricas para isso incluem os frequentes assaltos de Sarracenos na Idade Média, que tornavam as costas inseguras, a importância económica da pastorícia no interior e a natureza pantanosa das planícies costeiras, as quais só foram secadas no século XX. A situação foi invertida com a expansão do turismo costeiro — hoje todos os principais centros urbanos se encontram junto à costa, enquanto o interior está esparsamente povoado.[2]

Em 2005, a Sardenha era a região italiana com a taxa de fertilidade mais baixa (1,087 filhos por mulher)[3] e a região com a segunda taxa de natalidade mais baixa.[4] Estes fatores, junto com o elevado nível de urbanização da população, contribuem para a preservação de grande parte das áreas naturais. Apesar de tudo a população aumentou nos últimos anos devido à imigração, principalmente da Europa do leste, África, China e América Latina.[2]

A esperança de vida em 2005 era de 81,1 anos (77,7 para os homens e 84,5 para as mulheres).[5] A Sardenha partilha com a ilha japonesa de Okinawa a taxa mais alta do mundo de centenários (pessoas com mais de 100 anos de idade), 22/100 000.

  Supercentenários

Em outubro de 2004, vários cientistas da Universidade de Montreal foram à Sardenha para aí estudar uma particularidade local recentemente constatada por médicos da ilha: um número importante de homens supercentenários (de idade igual ou superior a 110 anos),[6] algo raro, pois habitualmente são as mulheres que chegam a essas idades tão avançadas e na Sardenha o número de homens supercentenários supera o das mulheres. Segundo os dados verificados por esses estudiosos, não havia registo de quaisquer homens supercentenários no Canadá. O fenómeno também foi objeto de estudo do Groupe d'étude de démographie appliquée[7][8] (grupo de estudo de demografia aplicada) da Universidade Católica de Louvain, da Bélgica, no âmbito do projeto europeu FELICIE[9] Várias explicações são avançadas para o fenómeno, como o ar das montanhas ou o regime alimentar,[10] mas também fatores genéticos.[1]

  Antonio Todde — com 112 anos de idade, era considerado o homem mais velho do mundo à data da sua morte, em 2002.

  Particularidades genéticas

Os sardos não são uma população homogénea do ponto de vista genético e distinguem-se dos outros europeus e populações mediterrânicas por algumas caraterísticas genéticas.[2][11]

Cerca de 42% dos sardos pertencem ao haplogrupo I (Y-DNA), que é frequente principalmente na Escandinávia, norte da Alemanha e nas regiões da Dalmácia, Bósnia e Herzegovina, Montenegro e Sérvia. O subclado I-M26 do haplogrupo I quase não se encontra fora da ilha, apenas se encontrando em pequeno número entre a população do País Basco e Castela, em Espanha, nas regiões francesas do Béarn e da Bretanha, na Córsega, Inglaterra e Suécia. O haplogrupo I dos indígenas da Sardenha é do subtipo I1b1b, o qual é igualmente raro fora da ilha, encontrando-se apenas na região dos Pirenéus, o que sugere alguma migração de sardos de ou para aquela região. O subtipo sardo está mais aparentado com o das Balcãs do que com o da Escandinávia. O segundo haplogrupo de cromossoma Y entre a população masculina sarda é o R1b, presente em 22% da população, encontrando-se sobretudo na parte norte, particularmente na Gallura, onde chega aos 37%. O haplogrupo G (Y-ADN) também tem uma distribuição relativamente alta (15%) e supõe-se que pode ter origem em migrações de populações da Anatólia para a Sardenha.[carece de fontes?] O haplogrupo G também tem uma distribuição relativamente alta nos Pirenéus e Alpes, o que mais uma vez poderá indiciar antigas migrações de sardos de ou para aquelas regiões.[carece de fontes?] Os restantes haplogrupos apresentam baixas frequências.[2]

  Províncias

A Sardenha está dividida nas seguintes províncias:[12][13]

Província Área
(km²)
população Nome da capital
em italiano
Nome local da(s) capital(is) população
da capital
Observações
Cagliari 4 596 543 310 Cagliari Casteddu 157 130
Sassari 4 281 322 326 Sassari Sàssari em sassarês e
Tathari em sardo
131 553
Nuoro 3 934 164 260 Nùoro Nùgoro 36 567
Oristano 3 040 167 971 Oristano Aristanis 32 932
Olbia-Tempio 3 397 138 334 Olbia Terranoa 50 150 criada em 2005; correspondente à região histórica da Gallura
Tempio Pausania Tèmpiu 14 020
Ogliastra 1 854 58 389 Lanusei Lanusè 5 812 criada em 2005
Tortolì Tortuelie 10 309
Carbonia-Iglesias 1 495 131 890 Iglesias Igrèsias 27 773 criada em 2005; correspondente à região histórica de Sulcis-Iglesiente
Carbonia Carbònia ou Crabònia 30 260
Medio Campidano 1 516 105 400 Sanluri Seddori 8 539 criada em 2005

Originalmente só existiam as províncias de Cagliari, Nuoro e Sassari. Posteriormente foi constituída a província de Oristano. Finalmente, uma lei regional de 2001 determinou que a partir de 9 de maio de 2005 passariam a existir oito províncias, sendo instituídas as províncias de Olbia-Tempio, Ogliastra, Carbonia-Iglesias e Medio Campidano.

  Localidades

Além das capitais de província mencionadas no quadro acima, as localidades mais importantes da Sardenha são as seguintes (nome local em itálico):[13]

  Principais cidades

  História

[carece de fontes?]

A história da Sardenha é muito antiga, remontando ao Paleolítico Inferior. Foram encontrados vestígios humanos datados de 150 000 a.C. e os sinais de presença humana mais antigos são de há 500 000 anos.[1] No entanto, supõe-se que o povoamento só ocorreu de forma estável no Neolítico inferior, cerca de 6 000 a.C..[1]

Cronologia de a.C.

  Nurague Losa, perto de Abbasanta, na província de Oristano (província).
  Túmulo de gigante de Osono, perto de Triei.

Antes da chegada dos fenícios a partir do século X a.C., houve três civilizações autóctones que prosperaram na ilha: a de Bonuighinu, que surgiu no quarto milénio a.C., a misteriosa população Shardana, e a mais célebre cultura nurágica, que se desenvolve a partir do século XVI a.C., senão antes, da qual os vestígios mais monumentais são os mais de 7000 nuragues (chamados localmente nuraghes no norte e nuraxis no sul), torres defensivas em forma de tronco cónico construídas com grandes blocos de pedra talhada e trabalhada, que se encontram espalhados por toda a ilha.

Além dos nuragues, há numerosos monumentos pré-históricos ainda mais antigos, como os domus de janas (tradução: casas de fadas) escavadas em granito, que eram usadas para inumar os mortes, os túmulos de gigantes, de dimensões ciclópicas e muito frequentes no interior da ilha, e monumentos megalíticos, nomeadamente menires.[1]

Segundo alguns estudiosos, a lendária Atlântida poderia ser a Sardenha da época nurágica. O primeiro arqueólogo a defender essa tese foi Paolo Valente Poddighe em 2004.[14][15]

Os fenícios estabeleceram colónias costeiras a partir do século IX a.C. No século VI a.C. a ilha seria integrada no império de Cartago. Os cartagineses não se limitaram a ocupar as colónias costeiras fenícias e dominaram toda a ilha.

Aos cartagineses seguiram-se os romanos, que em 239 a.C. receberam a ilha na sequência da derrota cartaginesa na Primeira Guerra Púnica. Em 227 a.C. foi constituída a província romana da Córsega e Sardenha. Roma institui uma administração forte e bem organizada, cuja eficácia era assegurada por uma rede de estradas muito ramificada, da qual ainda subsistem alguns troços originais e cujo traçado foi em muitos casos retomado pelas estradas atuais.[1]

Cronologia de d.C.

  O templo de Antas, perto de Fluminimaggiore, originalmente construído pelos cartagineses.
  Ruínas medievais de Sa Itria, no monte Ortobene, perto de Nùoro.

Na turbulência da queda do Império Romano, a Sardenha é praticamente abandonada à sua sorte no século V, tendo sofrido várias razias dos vândalos do norte de África durante 80 anos, entre 460 e 530 d.C. (ou 456-534 segundo outros autores). A ilha faz parte do efémero império vândalo até ser conquistada em 530 ou 534 d.C. pelo Império Bizantino. Durante o período bizantino subsistiu um reino independente na região montanhosa da Barbagia, na parte oriental da ilha que duraria nove séculos.

A partir do Século VIII, os árabes e berbereses realizaram várias razias à Sardenha, o que contribui para enfraquecer a autoridade de Bizâncio sobre a ilha, cujo governador assumiu uma autoridade independente. Para melhor defesa, ele dividiu a ilha em quatro giudicati: Gallura, Logudoro, Arborea e Caralis. Em 851, esses territórios já eram quatro monarquias independentes que por várias vezes caíram no poder de Génova, Pisa e árabes.

Com diversos sobressaltos, os giudicatis sobreviveram até ao fim do século XIII, altura em que passam a ser territórios controlados pelas repúblicas marítimas italianas de Pisa e Génova, à exceção do giudicato de Arborea, que permanece independente até 1410 e autónomo até 1478, ano em que é definitivamente conquistado pelos catalães do reino de Aragão.

A 4 de abril de 1297 é formalmente criado pelo papa Bonifácio VIII o "Regnum Sardiniae et Corsicae (Reino da Sardenha e Córsega), o qual é concedido como feudos ao reino de Aragão. Os aragoneses (catalães) só iniciam a conquista efetiva da ilha no século XIV, a qual só terminaria em 1409.

Os aragoneses e catalães só abandonariam a Sardenha no início do século XVIII, altura em que passou para a posse do império austríaco. Em 1718 passa para a posse da Casa de Saboia, os governadores de Piemonte, passando o duque de Sabóia a usar o título de rei da Sardenha a partir de 1720. Apesar disso, o território manteve-se autónomo até 1847. Em 1848 estalou a guerra da guerra de independência e unidade italiana, a qual foi liderada pelos rei do Piemonte-Sardenha. O reino do Piemonte-Sardenha torna-se o reino de Itália em 1861.[1]

  Sinais bilingues em italiano e sardo.
  Mapa da distribuição das diferentes línguas sardas.

  Cultura

O isolamento da Sardenha criou uma situação especial não apenas do ponto de vista linguístico mas também, de forma mais geral, cultural, ligada em alguns aspectos para que da Córsega.

  Línguas

As línguas mais faladas na Sardenha são o italiano e o sardo, uma língua românica claramente distinta do italiano, mais próxima do latim, com influências do fenício, do etrusco, doutras línguas do oriente próximo e inclusive do basco.[16] Embora esteja em decréscimo de falantes, principalmente os jovens de Cagliari, para o italiano, devido a razões oficiais, ainda é muito falada. Cerca de 85% da população compreende o sardo, havendo 8 a 9% que não fala italiano, embora este número esteja em decréscimo. Praticamente todos os sardos são bilingues e usam o italiano e pelo menos outra língua. Mais de um milhão de habitantes fala ao menos uma variante do sardo.

  Variantes da língua sarda

Embora haja diversos dialetos, há duas variantes principais de sardo, que por sua vez se dividem cada uma delas em duas subvariantes:

  • O logudorense (em italiano: logudorese), falado na região de Logudoro, no centro da ilha, é a variante menos influenciada por outras línguas, em resultado do isolamento geográfico. Apresenta dois dialetos, o comum e o logudorense do norte. *Ao logudorense associa-se o nuorense (nuorese), falado na região de Nùoro, uma variante mais arcaica.
  • O campidanês (campidanese) é falado na região de Campidano e é o mais falado na ilha. No seio do campidanês, por vezes distingue-se o ogliastrino, falado nas regiões de Lanusei, na província de Ogliastra.
  Mapa cronológico com o desenvolvimento das línguas do sudoeste da Europa, entre as quais o sardo.

  Sassarês e galurês

No norte da ilha são falados dois idiomas diferente do sardo, considerados línguas aparentadas com o corso pela UNESCO: o sassarês e o galurês. O primeiro é chamado localmente de sassaresu ou sassarese em italiano e é falado na área que vai de Sassari até Porto Torres. O galurês ou galurano é chamado localmente de gadduresu ou gallurese em italiano é falado na região de Gallura e partilha 80% do vocabulário com a subvariante da região corsa de Sartène da variante pumuntincu ou oltramontano da língua corsa. Os restantes 20% do vocabulário são comuns ao sardo.

  Outras línguas

Estão ainda presentes outras duas línguas românicas: uma variante do catalão oriental medieval, o alguerês, e uma variante do genovês ou lígure, o tabarquino (tabarchino em italiano, tabarchinu em sardo), falado no sudoeste, nas ilhas de Carloforte, Calasetta e San Pietro. O alguerês é falado na região nordeste, à volta da localidade portuária de Alghero (L'Alguer em catalão).

  Escultura nurágica em bronze (século IX a VI a.C.).
  Um dos muitos murales da cidade de Orgosolo.

  Estatuetas sardas

Contemporâneas do final do período nurágico, entre 900 e 535 a.C., Idade do Ferro, os pequenos bronzes representavam geralmente guerreiros em armas e animais, mas também pessoas em pose de oração. Da mesma época existem também esculturas de pedra, tanto de pequeno como de grande porte.

  Pintura mural

A Sardenha é pródiga em pinturas murais,chamadas localmente de murales, que se contam aos milhares, tanto em paredes como em rochas. Frequentemente elas eram usadas para veícular mensagens políticas de cariz atual ou histórica, ou anúncios e apelos de iniciativas e coletividades locais. Entre as mais notáveis destacam-se os frescos do professor Francesco del Casino em Orgosolo, muitas delas evocativas da estética de artistas conhecidas, como Picasso, Miró e de Chirico , ou ao estilo de banda desenhada. Os murales teriam surgido no final dos anos 1960 em San Sperate, inspirados por uma ideia proveniente do México.[17]

  Música e dança

A técnica usada pelos cantores sardos é quase única no mundo e aproxima-se do canto difónico praticado principalmente na Mongólia,.

Entre as formas musicais sardas, destaca-se o canto a tenore, um canto polifónico a quatro vozes masculinas acompanhado por um instrumento tradicional, o qual foi classificado como Património Oral e Imaterial da Humanidade.

Os coros são normalmente compostos de cinco vozes e são usados, entre outros, nos gosos, cantos religiosos.

Há diversos tipos de danças tradicionais, comumente designadas por "ballu sardu" (em italiano: ballo sardo), nomeadamente a mais conhecida, o "ballu tundu", o "a passu" e o "ballu seriu".

  Tocador de Launeddas.

O reportório sardo conta com vários hinos, a maior parte deles praticamente desconhecidos. Pode dizer-se que o único realmenet famoso é o Procurad'e moderare, composto por Francesco Ignazio Mannu em 1795, dedicado à insurreição sarda de 1794.

O hino oficial do Reino da Sardenha, o "Innu Sardu", foi composto em 1843 por Giovanni Gonella. Há ainda o hino "Dimonios", da Brigada Mecanizada Sassari, composta em 1994 pelo então capitão Luciano Sechi. Outro hino popular é o "Naneddù Meù", escrito pelo poeta do final do século XIX Peppino Mereù.

Os instrumentos tradicionais sardos são muito usados no acompanhamento dos cantos e danças:

  • Launeddas — o instrumento sardo por excelência, também chamado de clarinete triplo e flauta tripla, é um instrumento de sopro polifónico, composto de três partes, espécie de flautas, de tamanhos diferentes que se toca usando a técnica de respiração circular. É o instrumento mais antigo e original da Sardenha.
  • Guitarra sarda — usada sobretudo nas regiões do norte (Logudoro e Gallura) para acompanhar os canto tradicional cantu a chiterra. A cantora Maria Carta usa-a nos seus concertos em Itália e nos estrangeiro.
  • Organetto — uma concertina (pequeno acordeão) introduzido há não mais que dois séculos, é usado em cantos e danças.

  Trajes tradicionais

  Traje tradicional feminino durante a Sagra del Redentore, em Nuoro.

Os trajes tradicionais das mulheres são finamente bordados e muito coloridos (verde e/ou azul, e/ou amarelo, e/ou vermelho). Presentam grande diversidade, se bem que tenham partes comuns, como sejam o xaile, a blusa, a saia comprida e a camisa branca. Da indumentária tradicional fazem também parte as peças de joalheria sarda em ouro, prata ou coral, em greal finamente trabalhadas.

O traje tradicional dos homens é de origem pastoral. Dele faz parte normalmente camisa e calças brancas, colete e casaco negros, por vezes com partes vermelhas, um chapéu de forma original e por vezes um sobretudo de couro ou .

  Contos

A arreigada tradição oral da Sardenha produziu numerosos contos e lendas. Na localidade de Boroneddu há um museu da fábula sarda (Il museo della fiaba sarda) consagrado aos personagens das fábulas tradicionais.

Alguns exemplos de contos:

  • Come San' Antonio rubo il fuoco al diavolo (Como Santo António roubou o fogo ao diabo);
  • Il vecchio e la rupe (O velho e o rochedo)
  • Mariedda del piccolo popolo delle janas (Mariedda do pequeno povo das fadas)
  • La vitellina dalle corna d'oro (A vitelinha com cornos de ouro)
  Mamuthones.

  Festas

Celebram-se numerosas festas na Sardenha, como o Carnaval e as procissões, de forma peculiar e tradicional. Algumas das festividades mais relevantes são:

  • A Sartiglia, Sartilla ou Sartilia — é uma corrida de cavalos de origem espanhola e medieval que se realiza no domingo e na terça-feira de carnaval em Oristano.
  • Die de sa Sardigna — o dia da Sardenha, comemora a insurreição de 28 de abril de 1794; foi consagrado feriado regional em 1993.
  • Procissão de Santa Maria del Mare — procissão de barcos que tem lugar a 1 de agosto em Bosa.
  • Candelieri — procissão realizada a 14 de agosto em Sassari e outras localidades.
  • L'Assunta — procissão realizada em Orgosolo
  • La Sagra di Sant'Efisio — festa de Santo Efísio, celebra-se a 1 de maio em Cagliari, juntando numerosos participantes em trajes tradicionais.
  • La Sagra di San Salvatore — procissão realizada em setembro em Cabras.
  • La S'ardia — corrida de cavalos nas ruas da aldeia de Sedilo.
  • Festa dos Mamuthones — celebra-se em Mamoiada no carnaval; os mamuthones são mascarados que fazem lembrar os caretos do nordeste de Portugal.
  • Festa dos Merdules — celebra-se em Ottana no carnaval; os merdules são mascarados que fazem lembrar os caretos do nordeste de Portugal.
  • Sagra del Redentore — realiza-se no último domingo de agosto no monte sagrado de Ortobene, perto de Nùoro.
  Pães votivos da Páscoa.
  Bolo de noivos tradicional.

  Gastronomia

A cozinha da Sardenha evoluiu de forma peculiar e ainda conserva muitas das suas características antigas. Alguns pratos típicos são:

  • Culingiones — Uma versão local de ravioli sem carne. O recheio é uma mistura harmoniosa de acelgas, queijo de ovelha Pecorino sardo, noz-moscada e açafrão. Por vezes acompanha-se com molho de tomate e carne picada.
  • Culurzones — Outra espécie de ravioli recheados com uma mistura de batata, cebola, sêmola e noz-moscada.
  • Malloreddus (ou gnocchetti sardi) — Variante sarda dos gnocchi ou nhoquess, uma massa de farinha de sêmola, em forma de pequenas conchas de cerca de 2 cm. Em sardo campidanês, falado na Sardenha meridional e centro-meridional, malloreddu é um diminutivo de malloru (touro), pelo que malloreddu significa vitelinhos, porque a sua forma fazia lembrar aqueles animais às populações agro-pastoris.[18]
  • Pillus — outra espécie de massa.
  • Porceddu (ou maialetto ou porchetto) — Leitão (porco muito jovem, até 5 kg de peso) assado no forno em em covas feitas cheias de brasas e cobertas com terra. Supostamente é uma tradição dos pastores menos honestos que cozinhavam desta forma os leitões que roubavam a outros pastores. Qundo os porquinhos são maiores, são partidos em dois e grelhados no espeto sobre um fogo de murta. É temperado sal, pimenta, louro, muito alho e murta, podendo também ser demolhado em filu'e ferru, uma aguardente local.
  • Pane carasau (ou carasatu, carasadu, anche pane 'e fresa ou carta música) — Tipo de pão em forma de disco de massa crocante (o ruído produzido ao mastigá-lo está na origem do nome carta música). É feito à base de farinha de sêmola, trigo ou cevada e levedura (geralmente de cerveja). Acredita-se que a sua origem vem dos tempos nurágicos (1600 a.C.). A sua longa duração — geralmente pode ser consumido uma no depois de ser preparado — tornava-o muito adequado como alimento para pastores.[19][20]
  • Pistoccu —´Espécie de pane carasau, mas mais grosseiro e espesso.
  • O prato principal das festas é o churrasco de carne, geralmente temperado com murta. Além do leitão (porceddu), também se fazem churrascos com borrego, cabrito e javali.
  Queijo pecorino sardo.
  Queijo cazu marzu.

  Queijos

O queijo mais conhecido da ilha é o pecorino sardo, célebre no mundo inteiro e classificado como "Denominação de Origem Controlada". É feito de leite de ovelha (pecora significa ovelha em italiano) de raça autóctone que se alimentam principalmente nas pastagens naturais da ilha. É comercializado em duas versões, a de meia-cura, jovem, mais adocicada e mole, e o maduro, com uma maturação mínima de dois meses, mais duro e de gosto mais forte e picante. A sua forma é circular de faces planas. É habitualmente consumido com pão (pane carasau ou pistoccu). A criação de ovelhas na ilha é uma atividade que remonta aos tempos nurágicos (1600 a.C.), que foi explorada de forma intensiva pelos cartagineses a partir do século VI a.C.[21][22]

São produzidas outras variedades de queijo, como o flor sarda, o canestrati, os caprini (estes últimos de cabra) e ainda o peculiar casu marzu, também chamado de casu modde, casu cundhídu ou, em italiano, formaggio marcio. O casu marzu é derivado do pecorino sardo e caracteriza-se pela presença de larvas vivas de mosca-do-queijo, as quais também contribuem para a fermentação. Tem um sabor picante muito intenso e foi descrito por Yaroslav Trofimov em 2000 no The Wall Street Journal como «uma cola viscosa e fétida que queima a língua e pode afetar outras partes do corpo humano». Devido aos diversos problemas que este queijo pode trazer à saúde dos consumidores, a comercialização deste queijo está proibida em Itália. Segundo a tradição sarda só é tóxico se as larvas estiverem mortas, mas o certo é que casu marzu significa "queijo podre" num dos dialetos locais.[23]

  Doçaria típica da Sardenha.
  Zona de vinha perto de Nùoro.
  Vinho vernaccia.

  Doçaria

A doçaria da ilha é sobretudo baseada em amêndoa (os amarettus ou amaretti, os gattò, etc.), em mel e diversas especiarias. Há ainda as pardule (pequenos bolos à base de ricotta [requeijão), chiacchiere (massa frita), aranzata (bolos de laranja), sebadas (massa frita com queijo e limão) e os cardinali (pequenos bolos moles), entre outros.

  Bebidas

Os vinhos sardos são menos conhecidos que os de outras regiões de Itália, mas a sua fama tem vindo a crescer. As aguardentes de uva e de murta e o vernaccia, um vinho branco doce com elevado teor alcoólico são muito correntes.

Exemplos de vinhos sardos
Nome branco/tinto Casta
Carignano tinto Carignan
Cannonau di Sardegna Jerzu tinto Grenache ou Garnacha tinta
Girò di Cagliari   Girò
Monica di Sardegna   Monica
Malvasia di Sardegna branco Malvasia
Nasco di Cagliari branco Nasco
Nuragus di Cagliari branco Nuragus
Vernaccia di Oristano branco Vernaccia di Oristano

Exemplos de outras bebidas alcoólicas da Sardenha:

  • Mirto — Licor à base de murta, que pode ser branco ou tinto.
  • Villacidro — Licor à base de anis e de açafrão; o nome provém de da localidade de Villacidro, no sul da ilha.
  • Filuferru — Aguardente bagaceira, produzida por destilação de bagaço de uva; o nome significa fio de ferro.
  • Amaro Sardo — Licor amargo produzido com ervas aromáticas
  • Limoncello — Licor à base de sumo de limão, típico do Sul de Itália, mas produzido igualmente na Sardenha.
  • Ichnusa — Marca de cerveja tipo lager aromatizada com lúpulo, que lhe confere um sabor liegiramente amargo; é produzida desde 1912; desde 1986 que é propriedade da multinacional holandesa Heineken.
  O estádio de Sant' Elia em Cagliari.

  Desporto

Cagliari é a sede do Cagliari Calcio, um clube de futebol fundado em 1920 que joga na séria A do campeonato italiano de futebol. Ganhou esse campeonato na época de 1969/70, tornando-se o primeiro clube do sul de Itália a conseguir tal resultado. Os jogos caseiros são disputados no estádio Sant'Elia, baptizado com o nome da área onde se encontra; tem capacidade para 23 486 espectadores, foi construído em 1970 e renovado para o campeonato do mundo de 1990.[2]

A Sardenha tem uma forte tradição de dardos, uma modalidade que muitos acreditam ter tido origem na região de Sassari no fim do século XV. Nesses tempos os dardos eram talhados em madeira de faia, usando-se penas de do caimão-comum (Porphyrio porphyrio) nativo, conhecido localmente como pollo sultano, uma ave famosa pela sua plumagem violeta azulada.[2]

  O piloto Chris Atkinson no Rali da Sardenha de 2008.
  Windsurf em Porto Pollo.
  O estreito de Bonifacio em Capo Testa, Santa Teresa Gallura.

Na província de Sassari situa-se o Autódromo de Mores, o único circuito da Federação Internacional do Automóvel (FIA) na Sardenha homologado pela Commissione Sportiva Automobilistica Italiana (a federação de desporto automóvel italiana) para automóveis e pelo IMF (federação de motociclismo) para motos.[2]

Cagliari acolheu uma prova de Fórmula 3000 em 2002 e 2003, num circuito de 2,414 km à volta do estádio de Sant'Elia.

Desde 2004 que Olbia acolhe o Rali da Sardenha, uma prova do Campeonato Mundial de Ralis da FIA. O rali realiza-se em estradas estreitas, sinuosas e esburacadas em zonas arenosas e de montanha em volta da glamorosa localidade de Porto Cervo.[2]

Cagliari é palco de várias regatas regulares internacionais, como os campeonatos de RC44 (Russell Coutts 44), Farr 40 e Audi MedCup, tendo todos eles com a participação de concorrentes da America's Cup, como a BMW Oracle Racing, Mascalzone Latino e Team New Zealand. A Louis Vuitton Cup de 2010 terá lugar na Sardenha, no arquipélago de Maddalena.[2]

A baía de Porto Pollo, a norte de Palau, é muito popular entre os praticantes de windsurf e kitesurf. Devido ao efeito Venturi que se verifica entre a Sardenha e a Córsega, os ventos de ocidente aceleram entre as duas ilhas, criando os ventos que tornam Porto Pollo tão popular entre os entusiastas de windsurf. A baía está dividida por uma estreita língua de areia que separa as áreas para praticantes de windsurf avançados e para os principiantes e intermédios, existindo ainda uma área para kitesurf. Muitos surfistas de freestyle vão à Sardenha para treinar e em 2007 realizou-se a final do concurso freestyle pro kids Europe. Em 2005, realizou-se na praia de Vignola, na comuna de Trinità d'Agultu e Vignola, o campeonato mundial de kitesurf.[2]

O Sa Istrumpa, também conhecido como wrestling sardo é um desporto tradicional da Sardenha, reconhecido oficialmente pela Comité Olímpico Nacional de Itália (Comitato Olimpico Nazionale Italiano) e pela Federação Internacional de Wrestling Celta (International Federation of Celtic Wrestling).[24]

  Universidades

Existem duas universidades na Sardenha, uma em Cagliari e outra em Sassari. A Universidade de Cagliari foi fundada em 1607 e em 2009 tinha aproximadamente 35 000 alunos. A Universidade de Sassari foi fundada em 1562, é especialmente conhecida pelos seus curso de Direito e em 2006 tinha 15 441 alunos e cerca de 650 docentes.

  Economia

  Praia La Caletta, perto de Siniscola.

Os recursos económicos da Sardenha são principalmente de dois tipos: os tradicionais, como a pecuária e os novos, como o turismo. Apesar destes, a taxa de desemprego é usualmente muito alta (12% em 2005), sobretudo entre os jovens (22%) em 2005,[25] valores apesar de tudo inferiores aos das regiões do sul da Itália continental.[2] Enquanto esta situação não é resolvida, haverá mau estar e emigração, assistindo-se a um despovoamento do interior.[25] A União Europeia respondeu aos apelos de ajuda autorizando em 1999 um regime de ajudas ao emprego sob a forma de redução de encargos sociais.[26]

À parte das assimetrias, a Sardenha como um todo encontra-se entre as regiões europeias do sul melhor posicionadas em termos económicos. O desenvolvimento económico é mais notório em regiões interiores das províncias de Cagliari e Sassari. De acordo com o Eurostat, o Produto Interno Bruto em 2007 foi 33 823,2 milhões de Euros. O PIB per capita em 2009 foi de 20 627 €.[2]

A economia da região é penalizada pelos altos custos dos transportes de mercadorias e eletricidade, que são o dobro dos das regiões continentais de Itália.

Evolução do PIB da Sardenha entre 2000 e 2007
  2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
nominal (milhões de €) 25 958,1 27 547,6 28 151,6 29 487,3 30 595,5 31 421,3 32 579,0 33 823,2
per capita (€) 15 861,0 16 871,4 17 226,5 17 975,7 18 581,0 19 009,8 19 654,3 20 444,1
  Ovelha de raça sarda (brabei sarda em sardo).
  Choupana de pastores na região de Mejlogu, província de Sassari.

  Setor primário

O setor primário é muito importante, especialmente a criação de cabras e ovelhas e o fabrico de queijos, mas também a agricultura em geral e o setor dos vinhos, que teem vindo a ganhar fama internacional.[2]

  Pecuária

A pecuária está muito implantada na Sardenha, sobretudo nas regiões montanhosas, pelo que tem uma grande importância não só económica como social. Os rebanhos são principalmente de ovinos e caprinos que produzem carne e leite que é usado para o fabrico de queijo. Em 1999 a ilha tinha 189 000 caprinos.[27] A Sardenha é o principal exportador de queijo para os Estados Unidos e Canadá.[25]

Estão recenseados aproximadamente 15 000 produtores de ovinos e caprinos, os quais procuram aumentar a produção de produtos de maior valor acrescentado, nomeadamente os de Denominação de Origem Controlada e outros tipo de Indicação Geográfica Protegida. Entre as atividades associadas ao melhoramento da produção pecuária da ilha podem-se citar, por exemplo, os estudos levados a cabo pelo Istituto Zootecnico e Caseario per la Sardegna e as associações de produtores pecuários de Nùoro et Cagliari sobre a cabra de raça sarda.[27]

  Agricultura

A agricultura é muito diversificada, encontrando-se desde trigo e outros cerais, fruta (citrinos, cereja, etc.), vegetais como alcachofra, açafrão, azeitona para produção de azeite, cortiça, vinha, etc. O vinho é produzido desde os tempos nurágicos.[1]

A agricultura foi modernizada especialmente na planície de Campidano, onde se produzem hortaliças, citrinos e arroz.[2]

  Dourada na costa noroeste.

A exploração de cortiça ocorre principalmente na parte norte da região de Gallura, na zona de Calangianus e Tempio Pausania, onde existem 130 empresas nesse ramo que tem sido um dos motores do desenvolvimento económico da Sardenha. Todos os anos são extraídos 200 000 quintais de cortiça, sendo 40% do produto final exportado.[2]

  Pesca

A pesca é também uma atividade importante, embora não tanto como se esperaria numa ilha — por razões históricas, não há uma tradição marítima assim tão forte. No entanto, é de alguma importância a pesca de enguias,[1] que se pratica desde a Antiguidade e do atum. Os atuns de Portoscuso são exportados para todo o mundo, com destaque para o Japão.[2]

  Minas

A sardenha dispõe de vastos recursos minerais, existindo minas um pouco por toda a ilha. No entanto, a maior concentração encontra-se no sudoeste. Há vestígios de explorações mineiras com mais de 8 000 anos, cuja riqueza contribuiu desde cedo para atrair comerciantes e invasores.

Principais minérios da Sardenha
Ferro Cálcio Outros
  Pedreira de calcário perto de Orosei.
  Ruínas de lavaria das minas de Ingurtosu, na comuna de Arbus.
  Minas de Montevecchio, na comuna de Arbus.
  Minas de Piscinas, na comuna de Arbus.

As atividades mineiras mais importantes são o carvão (em Carbonia e Bacu Abis), antimónio (Villasalto), ouro (Furtei), bauxite (Olmedo), chumbo e zinco (Iglesiente, Nurra). Há também explorações de prata.

Ao contrário dos restantes minérios, que foram explorados desde a Antiguidade, principalmente durante o período romano, a mineração de ouro só foi iniciada em 1997, utilizando uma nova técnica desenvolvida na Europa.[1]

A extração de granito é uma indústria florescente no norte da ilha. A região de Gallura tem cerca de 260 empresas que exploram 60 pedreiras de onde é extraído 75% de todo o granito italiano.[2]

A exploração de sal marinho, uma atividade de grande importância no passado, ainda se pratica.

  Indústria

As principais indústrias da ilha são químicas. As mais importantes resultaram de um plano de desenvolvimento económico posto em prática nos anos 1960, baseado em monocultura industrial. A crise mundial da indústria química teve grande repercussão na ilha e esses efeitos foram amplificados pelo abaixamento de produção nas minas de alumínio, carvão e chumbo.[25]

Principais indústrias da Sardenha
Tipo Locais
Química Porto Torres, Cagliari, Villacidro e Ottana
Petroquímica Porto Torres e Sarroch
Cimento Cagliari
Farmacêutica Sassari
Metalo-mecânica Porto Scuso, Porto Vesme e Villacidro
Construção de plataformas petrolíferas Arbatax (Tortolì)
Construção e reparação naval Arbatax, Olbia e Porto Torres
Alimentar
      Refinarias de açúcar Villasor e Oristano
      Lacticínios Arborea, Macomer e Thiesi
      Transformação de peixe Olbia
Há ainda diversas manufaturas e indústrias artesanais que produzem tapetes, têxteis, renda, cestaria e joalheria, nomeadamente de coral.

  Energia

A Sardenha é a única região italiana que produz mais eletricidade do que aquela que consome, pelo que os graves problemas de abastecimento de eletricidade sentidos em Itália em 2003 não afetaram a ilha.[28] No entanto, a insuficiência de linhas de transmissão prejudique a a exportação de energia — a ilha encontra-se a mais de 400 km do continente.[29] Até 2009, a única linha de transmissão de energia elétrica que ligava a ilha com o continente era a SACOI, construída em 1965, que serve igualmente a Córsega. Em 2009 o novo cabo submarino SAPEI entrou em operação, ligando a central termoelétrica de Fiume Santo, situada no golfo de Asinara, no noroeste da ilha, a Latina, na península itálica.[29]

Está previsto que até 2014 essa central fique equipada com uma nova unidade de carvão de 410 MW, que irá aumentar a potência instalada (1 041 MW em 2009) em 40%.[29]

Em 2009 a Sardenha era a única região de Itália que não era abastecida de gás natural por gasoduto, mas essa situação era mudar com a entrada em funcionamento do gasoduto submarino GALSI atualmente em construção, que em 2012 ligará a Argélia com a Sardenha, Córsega e Itália continental.[2][30]

  Parque eólico em Sedini, província de Sassari.

A região está igualmente empenhada no aproveitamento de energias renováveis, nomeadamente com a liderança do projeto ENERMED (ENERgia MEDiterrâneo), integrado no programa INTERREG da União Europeia e financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).[31] O potencial para o aproveitamento da energia eólica é muito grande, principalmente no norte da ilha, dada a presença de ventos regulares, a existência de grandes espaços com baixa densidade populacional com acesso fácil, fatores que levam a União Europeia a considerar o norte da Sardenha o local ideal para o desenvolvimento deste tipo de exploração e a financiar iniciativas nesse sentido. Os obejtivos são contribuir para a independência energética e o cumprimento do Protocolo de Quioto.[32]

Em 2004 uma parceria da Électricité de France (EDF) e a italiana Enel instalou uma cental eólica de 22 MW. A Enel foi mais longe e em 2006 instalou um parque eólico em Sedini com 54 MW.[33] Em 2008, uma parceria entre uma subsidiária da EDF e uma empresa local, a Fri-El Green Power, colocou em serviço em gerador eólico de 70 MW em Campidano.[34]

  Setor terciário

A economia da região está atualmente muito focada no setor terciário, o qual está muito desenvolvido é responsável por 67.8% dos empregos. As principais atividades são o comércio, serviços, tecnologias da informação, administração pública e turismo.

  Turismo

  Costa Rei, na comuna de Muravera, no sul.

Este setor é o mais importante da ilha, com 2 721 empresas ativas e 189 239 quartos (dados de 2008)[2] . Em 2008 passaram 11 896 674 de passageiros pelos aeroportos da ilha (mais 1,4% que no ano anterior, apesar da crise internacional).[35] No mesmo anos houve 12 290 414 turistas (mais 1,1% que no ano anterior).[36]

A ilha é particularmente famosa pelas suas praias mas existem outros lugares interessantes. Entre os locais mais procurados pelos turistas encontram-se a Costa Smeralda, a vila catalã de Alghero, o maciço montanhoso de Gennargentu e suas aldeias e o pequeno porto de Bosa, dominado por uma fortaleza. Recentemente foram construídos numerosos complexos hoteleiros no sudeste (Villasimius e Muravera) e sul-sudoeste (Pula e Chia, na comuna de Domus de Maria).

Em 1994, o arquipélago de La Maddalena foi classificado como um parque nacional marinho com 15 046 ha de superfície marítima e 180 km de costas.

O desenvolvimento das infraestruturas turísticas, o clima, os vestígios arqueológicos (nurago, etc.), fazem da Sardenha um destino atrativo, que para mais de 10 milhões de turistas anualmente, 80% dos quais em julho e agosto.[25][36]

Entre o artesanato popular entre os turistas encontram-se as peças de cortiça, como postais ilustrados, tabuleiros e outros objetos.

  Transportes

  Transportes aéreos

  Airbus A319 da companhia aérea sarda Meridiana.
  Ferries Córsega-Sardenha.
Principais aeroportos da Sardenha
Nome Códigos Cidade(s) mais próximas Coordenadas
IATA ICAO
Cagliari-Elmas CAG LIEE Cagliari, Elmas 39° 15' 5.29" N 9° 3' 15.42" E
Alghero-Fertilia AHO LIEA Alghero 39° 15' 5.29" N 9° 3' 15.42" E
Olbia OLB LIEO Olbia (Costa Smeralda) 40° 53' 9" N 9° 31' 1" E

Há voos regulares diretos para as principais cidades italianas, mas também para algumas cidades europeias, prinicipalmente em França, Espanha, Reino Unido e Alemanha. Os voos internos estão limitados a uma ligação diária entre Cagliari e Olbia.

Os cidadãos da Sardenha beneficiam de tarifas aéreas especiais. Diversas companhias aéreas de baixo custo (low cost) operam na Sardenha, existindo uma, a Meridiana que tem a sua base no aeroporto de Olbia. A Meridiana foi fundada em 1963 com o nome de Alisarda pelo Aga Khan IV, Karim al-Hussayni. O desenvolvimento da companhia seguiu o da estância turística (resort) de Porto Cervo, no nordeste da ilha, um sítio famoso frequentado por milionários e estrelas de cinema de todo o mundo.

  Transportes marítimos

Os portos de Porto Torres, Santa Teresa Gallura, Olbia, Golfo Aranci, Arbatax, Palau e Cagliari teem serviços regulares de ferry de e para Itália, França () e Espanha (Barcelona). Os custos das travessias são em geral semelhantes aos dos voos equivalentes em companhias aéreas de baixo custo.

As companhias de ferries que operam na ilha são: Tirrenia di Navigazione, Moby Lines, Corsica Ferries, Grandi Navi Veloci, SNAV, SNCM, Compagnie Méridionale de navigation (CMN) e Grimaldi Ferries.

Portos com ligação de ferry à Sardenha
País Portos
Itália Civitavecchia, Génova, Livorno, Nápoles, Piombino, Palermo, Trapani (os dois últimos na Sicília)
França Marselha, Toulon, Bonifacio, Propriano, Ajaccio (os três últimos na Córsega)
Espanha Barcelona
  Viaduto ferroviário na linha Isili-Sorgono no fim do século XIX.
  Estação de Seui.

  Estradas

A Sardenha é a única região italiana que não tem autoestradas, mas tem uma rede de estradas bastante desenvolvida, com um sistema de superstrades (super-estradas ou vias rápidas), estradas de quatro faixas sem portagem, que ligam as principais cidades e infraestruturas de transporte. O limite de velocidade é 90 km/h. A estrada principal é a Strada statale 131 Charles Felix (SS131), que liga o sul e o norte da ilha, atravessando as regiões mais povoadas de Sassari e Cagliari; faz parte da estrada europeia estrada europeia E25 e o seu traçado é basicamente o mesmo de de uma antiga estrada romana. A Strada statale 131 Diramazione Centrale Nuorese (SS131 d.c.n) liga Oristano com Olbia, o interior da região de Nuoro. Outras estradas com grande capacidade de tráfego ligam Sassari, Alghero, Tempio Pausania, Olbia, Cagliari, Tortolì, Iglesias, Nuoro e Villagrande Strisaili.[2]

Está em curso a conversão das estradas principais em autoestradas, eliminando todos os cruzamentos. As estradas secundárias do interior são geralmente estreitas, com muitas curvas e contracurvas, que implicam limites de velocidade muito baixos.

Os transportes públicos em autocarro servem todas as cidades e localidades de alguma importância pelo menos uma vez por dia. No entanto, devido à baixa densidade populacional, há muitas localidades mais pequenas e remotas que só são acessíveis de automóvel. A companhia pública regional de autocarros é a Azienda Regionale Sarda Trasporti (ARST), mas há diversas outras.

  Caminhos de ferro

O sistema ferroviário da Sardenha foi desenvolvido no século XIX pelo engenheiro inglês Benjamin Piercy. Os comboios ligam toda a ilha.

  O Metrotranvia di Sassari.

A Trenitalia, o maior operador ferroviário, explora as ligações entre as cidades maiores e mesmo com a península italiana através de ferries. A rede da Trenitalia é a mais moderna da ilha, sendo operada principalmente por locomotivas diesel como a Alstom "Minuetto", estando prevista para 2012 a introdução de comboios pendulares como o espanhol CAF da classe 598.

O outro operador ferroviário é a ARST Gestione FdS, mais conhecida como Ferrovie della Sardegna ou FdS, que opera linhas de via estreita com comboios geralmenete muito lentos, exceto as linhas eletrificadas de tram-trenos (metropolitano de superfície) das áreas metropolitanas de Sassari (Metrotranvia di Sassari) e Cagliari.

Uma forma interessante de descobrir a ilha é usar o trenino verde (o "comboiozinho verde"), um comboio a vapor reposto aos serviço com locomotivas e carruagens renovadas que percorre as áreas mais selvagens da ilha.[37] Apesar da lentidão, oferece, os passageiros disfrutam de vistas magníficas impossíveis de ver das estradas principais.

  Ambiente

  Peónia de Gennargentu, a flor simbólica da Sardenha.

Devido aos sua baixa densidade populacional, a Sardenha permaneceu bastante selvagem, apresentando uma grande diverisdade de fauna e flora, com numerosas espécies endémicas devido aos seu isolamento. Um estudo levado a cabo por uma equipa da Universidade de Cagliari enumerou 65 espécies vegetais com propriedades medicinais só na região de Fluminimaggiore, no sudoeste da ilha.[38]

A abundância de sardinha nas costas da ilha está na origem do nome em latim deste peixe (sardina, "da Sardenha").[39] A costa é igualmente rica em crustáceos.

A ilha tem algumas leis ambientais e, após um gigantesco plano de reflorestação, tornou-se a região italiana com a maior extensão de floresta (1 213 250 ha).[40] O plano de ordenamento do território proíbe novas construções na costa fora dos centros urbanos, perto de florestas, lagos ou outros locais de interesse ambiental ou cultural e a agência de conservção do governo regional Conservatoria delle Coste assegura a proteção das áreas naturais costeiras da Sardenha. As energias renováveis desenvolveram-se notavelmente em anos recentes, especialmente a energia eólica, favorecida pelo clima ventoso, mas também a energia solar. O Nobel da Física Carlo Rubbia lidera o projeto da criação de uma central térmica solar e de biocombustíveis baseados em óleo de Jatropha (pinhão manso ou purgueira) e óleo de colza.[2][41]

  Localização de alguns espaços naturais protegidos.
  Porto Conte-Capo Caccia.

  Espaços naturais protegidos

Parques nacionais:[42]

Parques naturais regionais:[1]

  • 4. Limbara — situado na província de Sassari, é notável pela sua população de sobreiros.
  • 5. Marghine e Goceano.
  • 6. Sinis - Montiferru.
  • 7. Monte Arci — maciço montanhoso de origem vulcânica.
  • 8. Giara di Gesturi — planalto de altitude com 30 km² onde vivem os pequenos mas possantes cavalos selvagens sardos.
  • 9. Monte Linas - Oridda - Marganai — maciço montanhoso com aproximadamente 1000 m de altitude que se encontra no sul da ilha, perto da comuna de Villacidro, onde vivem muflões sardos e veados-da-córsega.
  • 10. Sette Fratelli — Monte Genas.
  • 11. Sulcis — maciço montanhoso no sudoeste da ilha.
  • 12. Porto Conte-Capo Caccia — perto de Alghero, alberga aproximadamente 35 espécies de mamíferos e 135 de aves marinhas e terrestres, entre as quais se destacam o falcão-peregrino, a maior parte delas a viver nas falésias. Também aí se encontram numerosas espécies florais endémicas. Nas falésias há grutas importantes, tanto imersas como emersas, mas a maior parte delas estão fechadas ao público.
  • 13. MolentargiusMarisma de Cagliari, com lagoas de água doce e salgada e um complexo arqueológico-industrial. Aí se encontram populações importantes de flamingos rosados que aí se instalaram somente a partir dos anos 1990.

Existem também 60 reservas de vida selvagem, 5 oásis do World Wide Fund for Nature e 25 monumentos naturais.

  Veado-da-córsega (Cervus elaphus corsicanus).
  Toutinegra-de-cabeça-preta (Sylvia melanocephala).

  Fauna

Algumas das espécies raras ou incomuns que se encontram na ilha são:[2]

Há pelo menos quatro subespécies endémicas de aves, que não se encontram em mais nenhuma parte do mundo:[2]

Além destas, há ainda 10 subespécies endémicas partilhadas com a Córsega. A Sardenha está nos limites de distribuição de algumas espécies ou subsespécies — por exemplo, a subsespécie cornix Gralha-cinzenta (Corvus cornix) encontra-se na Sardenha e na Córsega, mas não mais a sul.[44]

Em contrapartida, não estão presentes na ilha algumas espécies comuns no continente europeu, como sejam as víboras da subfamília Viperinae, a marmota.

A ilha há muito que é usada para criação da ovelha da Sardenha, uma raça autóctone.[2]

  Flora

Algumas espécies de plantas presentes na iha são:[1]

  Política

A região autónoma rege-se por um estatuto especial aproovado por uma lei constitucional de 26 de fevereiro de 1948 que concedeu o poder de legislar em certas áreas, como sejam a administração local, construção, agricultura e florestas. Noutras áreas, como a saúde, assistência social, a região pode legislar dentro dos princípios estbelecidos pelas leis do estado italiano.

O estatuto de autonomia determina a existência de três autoridades que representam a Sardenha:

  • Conselho regional, o órgão legislativo
  • Junta regional, o órgão executivo
  • Presidente da região, o chefe do poder executivo

Desde a revisão constitucional de 31 de janeiro de 2001 que o presidente é eleito diretamente, ao mesmo tempo que o conselho regional.

  Renato Soru, presidente da região autónoma da Sardenha entre 2004 e 2009.

Em 2004, os dois principais candidatos à presidência da junta regional foram:

A 14 de julho de 2004, Giacomo Spissu, dos Democratas de Esquerda (DS, Democratici di sinistra) foi eleito presidente do conselho regional à segunda volta, com 47 votos a favor, 3 a fovor de outro candidato da DS, 30 votos brancos e 5 abstenções. À primeira volta, a abstenção de 52 deputados, a maior parte deles da maioria eleita, inviabilizaram a necessári maioria d dois terços.[45]

Nas eleições provinciais de 8 e 9 de maio de 2005, as listas apoiadas pela coligação de centro-esquerda L'Unione (A União), sucessora de L'Ulivo obtiveram um total de 56,15% dos votosm os candidatos da Casa delle Libertà 38,33% e os independentistas 2,58%.

Nas eleições regionais de 15 e 16 de fevereiro de 2009, o presidente da região em exercício, Renato Soru, foi derrotado, tendo a sua coligação de centro-esquerda Soru Presidente obtido 42,89% dos votos, tendo as eleições sido ganhas por Ugo Cappellacci com 51,90%.

Nas eleições para o conselho regional, a coligação de centro-esquerda obteve 38,62% e a de direita 56,71%.

  Personalidades sardas

  San Michele Archange, do Mestre de Castelsardo.

  Ver também

  Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m n o A maior parte do texto foi baseado na tradução do artigo «Sardaigne» na Wikipédia em francês (acessado nesta versão).
  2. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z aa ab ac ad Trecho baseado na tradução do artigo «Sardinia» na Wikipédia em inglês (acessado nesta versão).
  3. Numero medio di figli per donna per regione 2002-2005 (pdf) (em italiano). demo.istat.it - Geo demo, Demografia in cifre. Istat - Istituto Nazionale di Statistica. Página visitada em 2010-03-24.
  4. Tassi generici di natalità, mortalità e nuzialità per regione 2002-2005 (per 1.000 abitanti) (pdf) (em italiano). demo.istat.it - Geo demo, Demografia in cifre. Istat - Istituto Nazionale di Statistica. Página visitada em 2010-03-24.
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  6. Desjardins, Bertrand (junho 2004). Démographie historique; Vivre 110 ans (em francês). Forum express, www.iforum.umontreal.ca. Université de Montréal. Arquivado do original em 2010-03-07. Página visitada em 2010-03-07.
  7. Groupe d'étude de démographie appliquée (em francês). Universidade Católica de Louvain. Página visitada em 2010-03-08.
  8. Poulain, Michel. Les déterminants de la longévité (pdf) (em francês). Louvain Médical, Revue de la Faculté de Médecine de l'Université catholique de Louvain- sites.uclouvain.be/loumed/. Universidade Católica de Louvain. Página visitada em 2010-03-08.
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  10. Deiana et al., 1999 ; Lio et al., 2003
  11. Vona, Giuseppe; Calò, C.M.; Melis, A.; Piras, I.S. (2008). Sardinian Population (Italy): a Genetic Review (pdf) (em inglês). International Journal of Modern Anthropology. Association Tunisienne d’Anthropologie, Faculté de Pharmacie de Monastir, Tunísia. Arquivado do original em 2010-03-24. Página visitada em 2010-03-24.
  12. Mapa administrativo oficial (pdf) (em italiano). Regione Autonoma della Sardegna. Página visitada em 2010-03-07.
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  16. E. Blasco Ferrer, M. Morvan
  17. Barnoux, Yves. Sardaigna 'InParis' (em francês). Página visitada em 2010-03-09.
  18. Trecho baseado na tradução do artigo «Malloreddus» na Wikipédia em italiano (acessado nesta versão).
  19. Trecho baseado na tradução do artigo «Pane carasau» na Wikipédia em francês (acessado nesta versão).
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  21. Trecho baseado na tradução do artigo «Pecorino sardo» na Wikipédia em francês (acessado nesta versão).
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  43. Díaz López, Bruno; Shirai, J. A.. (2006). "Bottlenose dolphin (Tursiops truncatus) presence and incidental capture in a marine fish farm on the north-eastern coast of Sardinia (Italy)" (em inglês). Journal of Marine Biological Ass. UK 87: 113-117.
  44. Hogan, C. Michael (2009-08-24). Hooded Crow (Corvus cornix) (em inglês). GlobalTwitcher.com. Arquivado do original em 2010-03-20. Página visitada em 2010-03-20.
  45. consiliare/ManTomoII.asp Manuale Consiliare XIII Legislatura; tomo II; Dati Elettorali XIII Legislatura; Dati Consiglieri, Uffici di presidenza, Giunte regionali dal 1949 (em italiano). consiglio.regione.sardegna.it. Consiglio regionale della Sardegna. Página visitada em 2010-03-07.

  Bibliografia

  • Bourcillier, Patricia. SardegnaMadre (em francês). [S.l.]: Flying Publisher, 2003. ISBN 3-924774-38-2
  • Otte, Marcel. La Protohistoire (em francês). [S.l.]: Boeck Université, 2001. ISBN 2-8041-3297-8
  • Germain, Jean. Bibliographie sélective de linguistique française et romane (em francês). [S.l.]: Boeck Université, éd Duculot, 1997. ISBN 2-8011-1160-0
  • Milliquet, Lauranne. La Porte d'argent. Contes sardes (em francês). [S.l.]: Slatkine/Sodifer, Coll. Le Miel des contes, 2003. ISBN 2-8321-0074-0
  • Fois, Barbara. Lo stemma dei quattro mori, breve storia dell'emblema dei Sardi (em italiano). Sassari: Ed. Carlo Delfino, 1990. ISBN 88-7138-022-3
  • Sardegna - Cagliari e il golfo degli Angeli le coste della Gallura Barbagie e Gennargentu (em italiano). [S.l.]: Touring Editore, Guide Verdi Italia. ISBN 88-365-2163-0
  • Melis, Alberto. Fiabe della Sardegna (em italiano). [S.l.]: éd. Giunti Kids, 2005. ISBN 88-09-02551-2
  • Delitala, Enrica. Fiabe e leggende nelle tradizioni popolari della Sardegna (em italiano). [S.l.]: Ed. Carlo Delfino, 1999. ISBN 88-7138-165-3
  • Ferrer, Eduardo Blasco. Storia della lingua sarda (em italiano). Cagliari: Ed. Cuec, 2009.

  Ligações externas

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